Você já deve ter ouvido o caso de Lua, com pouco mais de um aninho de vida, filha do apresentador Tiago Leifert e da jornalista Daiana Garbin, que comoveu o Brasil recentemente com o relato de que a criança está com retinoblastoma, um câncer raro nos olhos.
O casal divulgou em suas redes sociais o que está acontecendo e estão dedicados no tratamento desta enfermidade. Esta divulgação tem um papel importante para chamar a atenção dos pais sobre esta doença, que nem sempre é comentada como deveria, mas que pode ser tratada.
O retinoblastoma é um tipo raro de câncer que afeta os tecidos da retina do olho. O problema se forma na camada de tecido nervoso atrás do olho, que detecta a luz captada externamente e envia sinais ao cérebro.
Este é o tumor maligno intraocular mais comum em crianças, com incidência de um por 15.000 nascidos.
Quando os pais precisam ficar atentos?
A idade média de diagnóstico dos pacientes é de 18 meses. Nos casos de retinoblastoma unilateral, o diagnóstico ocorre por volta dos dois anos. Nos casos do retinoblastoma bilateral, o diagnóstico ocorre antes dos dois anos, podendo a criança já nascer com o tumor.
Por ser um tipo de câncer infantil, na maioria dos casos pode ser desenvolvido tanto na fase em que a criança ainda é um feto durante a gravidez até quando a criança está em fase de crescimento.
O que causa retinoblastoma?
Metade dos pacientes com esse tipo de câncer geralmente não têm histórico familiar de retinoblastoma.
Apesar de não ter uma relação direta com o histórico familiar, o retinoblastoma também tem um componente genético e hereditário. Nesses casos, os filhos dos pacientes têm 50% de chance de contrair essa patologia em ambos os olhos.
Quais os sintomas do retinoblastoma?
- Leucocoria: apresenta a pupila de cor branca ou com manchas brancas.
- Estrabismo ou desvio de um dos olhos.
- Visão dupla de objetos
- Olhos desalinhados
- Pupila avermelhada e dor nos olhos.
- Falta de visão
- Cores diferentes na íris
- Dor óssea se o retinoblastoma se espalhou
- Aumento da pupila do olho afetado
Há prevenção para retinoblastoma?
O fator genético é uma das causas mais relevantes. De fato, o monitoramento de pessoas do grupo de risco é uma medida eficaz para prevenir o retinoblastoma. Cerca de 40% dos irmãos de um paciente têm alto risco de contrair esta doença e 40% dos filhos desse paciente também podem desenvolver o problema. Nos casos de retinoblastoma bilateral sem histórico, 6% de seus irmãos estariam em risco e 40% de seus filhos estariam em risco.
O acompanhamento ativo dessas pessoas é essencial para um diagnóstico precoce e melhorar o prognóstico dos pacientes com retinoblastoma.
Quais os tipos de retinoblastoma?
Existem várias classificações viáveis de retinoblastoma que dependem da localização do tumor ou do avanço do quadro, dependendo se afeta um, ou ambos os olhos, e o fator genético.
Dependendo da localização, nós temos os seguintes cenários:
Intraocular : o tumor não se espalhou, está localizado apenas dentro do olho;
Extraocular: pode ser visto como o câncer se espalhou para outros órgãos próximos e tecidos próximos, como o nervo óptico;
Bilateral: afeta ambos os olhos e
Unilateral: afeta apenas um dos globos oculares.
O problema pode também estar em diferentes estágios:
Estágio I : O câncer está localizado apenas na retina;
Estágio II: O retinoblastoma está espalhado por todo o globo ocular;
Estágio III: A doença se espalhou para os tecidos próximos ao olho;
Estágio IV: Ele se espalhou e se espalhou pelo nervo óptico para o cérebro ou pela corrente sanguínea para outras estruturas, como linfonodos ou tecidos moles e
Estágio V: É improvável que o olho afetado possa ser salvo.
Analisando pelo lado do fator genético, temos também algumas variantes:
Hereditário: Aparece se o paciente afetado tiver histórico familiar de retinoblastoma. Casos de doença hereditária são mais propensos a desenvolver retinoblastoma bilateral e outros tipos de câncer.
Não hereditários: não há casos familiares relacionados ao paciente, porém o especialista deve realizar acompanhamento exaustivo dos irmãos do acometido.
Como é realizado o diagnóstico do retinoblastoma?
Para determinar o problema, a OFTALMOKIDS utiliza testes diagnósticos focados no exame da retina, combinados com outras técnicas mais gerais para procurar anormalidades no corpo afetado que possam estar relacionadas ao retinoblastoma.
Para o diagnóstico preciso existe o exame físico e estudo do histórico do paciente; exame oftalmológico (que pode ser oftalmoscopia indireta, biomicroscopia com lâmpada e angiografia com fluoresceína); ultra-som ocular e biópsia – este último para ver se o retinoblastoma se espalhou para outras partes do corpo.
Quais tratamentos do retinoblastoma?
Vários fatores devem ser levados em consideração. É preciso encontrar o ponto focal do câncer (pode ser bifocal se afetar um olho, ou unifocal se estiver presente em ambos), a idade do paciente e em que parte da patologia ocular está localizada.
As opções de tratamento podem ser:
Quimioterapia intra-arterial (QTIA): é uma nova técnica para o tratamento do retinoblastoma. A QTIA, junto com a quimioterapia sistêmica e as demais técnicas de tratamento local, reduz, em média, de 60% para 20%, às necessidades de enucleação, que é a retirada do olho.
Termoterapia transpupilar: com energia laser e luz infravermelha, o calor é aplicado nas células afetadas e nos vasos sanguíneos próximos, destruindo o tecido. É um tipo de terapia eficaz em casos de tumores pequenos com menos de 3 mm de diâmetro e 2 mm de espessura que não afetaram o disco óptico.
Crioterapia: é uma alternativa eficaz para retinoblastoma de 5 mm de diâmetro e 3 mm de espessura. Várias sessões de crioterapia são geralmente aplicadas para ter um efeito sobre a doença de escolha.
Enucleação: todo o globo ocular é removido para evitar a metástase para outras partes do corpo. É aplicado em pacientes com um dos globos oculares afetados e, além disso, a extensão do tumor ocupa mais da metade do olho e se espalhou para o humor vítreo (substância gelatinosa que fica entre o cristalino e a retina) e a outras estruturas oculares. O descolamento de retina por esta doença e o crescimento de novos vasos na íris são requisitos para a escolha deste tratamento.
Radioterapia externa: pode causar outros tumores em diferentes partes do corpo, por isso só é indicada para casos de retinoblastoma que acometem ambos os globos oculares e não podem ser submetidos a tratamento local. O tumor deve ter extensão maior que 16 mm e afetar a órbita para escolher a radioterapia como alternativa.
Radioterapia local: para casos de retinoblastoma maiores que 16 mm.
Retinoblastoma é um problema sério e a OFTALMOKIDS está preparada para o melhor diagnóstico e tratamento para que seus filhos tenham uma visão saudável e uma vida adulta normal.